A pergunta: “Se eu possuísse apenas uma passagem durante a minha vida, qual cidade deveria conhecer?”. A romântica e eterna Paris? A encantadora e fervilhante Sevilha? Ou, quem sabe, o museu a céu aberto encontrado em Roma?! De todas que conheci, eu diria apenas uma palavra: Veneza! A cidade localizada na Lagoa de Veneza, no Mar Adriático, possui 177 canais, 409 pontes e 120 ilhas. Construída sobre milhares de pilares de madeira – que, submersos e sem contato com o ar, não apodrecem -, Veneza possui um único meio de transporte: barcos.
Confesso: no dia que parti para Veneza a tensão era imensa. Degustei meu último café em Verona, entrei no trem e segui viagem. Não consegui descansar nem um minuto durante o percurso. Meus olhos estavam “grudados” na janela. Ao chegar a Veneza Mestre, um tremor começou em minhas mãos, que já estavam frias. Ao atravessar a Ponte della Libertá – que liga o continente com Veneza –, minha emoção aumentou ao vislumbrar as primeiras cenas da cidade.
Ao desembarcar na estação Santa Lucia, não segurei e, como uma criança que recebe o presente de Natal que pediu o ano inteiro, chorei. Quem já realizou esse sonho, ao ler a primeira frase, irá compreender perfeitamente. Entrei no primeiro Vaporetto – os barcos utilizados para transporte – e segui em direção ao hotel. O que mencionam sobre a cidade é verdade: existem dezenas de vielas e pequenas ruas estreitas. Um fator é claro: um mapa não ajudará muito e, pode ter a certeza, você irá se perder. Mas não se preocupe: as ruas principais, os bairros e os pontos turísticos são todos muito bem sinalizados, de qualquer parte da cidade. Um conselho: reserve um hotel o mais próximo possível de um ponto turístico famoso. Assim, a localização será mais fácil.
Virando uma viela, contornando outra, atravessando uma pequena ponte, virando para a esquerda, direita, esquerda novamente e… cheguei a Piazza San Marco. Definitivamente, é o lugar mais frequentado da cidade e foi descrita por Napoleão como “a mais elegante sala de estar da Europa”. Ponto de encontro de turistas, fotógrafos, poetas e artistas, há dezenas de cafés e restaurantes que compõem a estrutura e o fluxo de pessoas é constante, mesmo à noite.
Ah, uma particularidade: durante o almoço, senti o restaurante mexer, levemente, indo de um lado para o outro. Depois constatei que toda a cidade balança. Óbvio! Algo construído em cima do mar seguirá o mesmo ritmo. No hotel, a sensação foi um pouco desconfortável, principalmente na cama. Se eu estivesse em um barco, a questão estaria resolvida… Mas eu estava no térreo de um prédio de quatro andares. A sensação é maior ao subir no Campanário… Prepare-se!
Após visitar dezenas de pontos na cidade, iniciei a minha peregrinação em busca de uma gôndola para um passeio. Não é difícil encontrar uma, pois há dezenas nos canais, ocasionando até congestionamentos. Refiro-me a um passeio de baixo custo, algo quase impossível de encontrar em Veneza. Perguntei para um, conversei com outro… e quase desisti! Mínimo de 85 euros para um passeio de alguns minutos. Parei, pensei e entrei na primeira gôndola que encontrei. Concluí que sonhos não têm preço! E esse valeu cada centavo de euro…
25 de agosto de 2014
Acredito sim que Veneza deve ser linda, conhecerei agora em Setembro, mas digo que se tivesse apenas uma passagem de ida iria para a ilha de SANTORINI na Grécia… a vista para Caldera é algo que fotografia nenhuma traduz…de qualquer maneira parabéns pela matéria!