Pesquisa explora as diferentes maneiras utilizadas por mães para mostrarem seu amor ao redor do mundo.
Uma mãe pega seu bebê chorando e o balança para trás e para frente; outra vira as costas deixando seu bebê chorando sozinho.
As duas mães amam seus filhos mas expressam esse amor em formas diferentes.
Explorar as diferentes formas do amor de mãe é o foco da pesquisa de Jennifer Lansford’s. Para ela, todo dia, de 2008 a 2013, tinha sido Dia das Mães.
Lansford, uma professora de psicologia e antropologia cultural na Universidade de Duke na Carolina do Norte, pesquisou aproximadamente 1400 mães e filhos em nove países diferentes. Na metade de seu projeto de 10 anos, alguns contrates fascinantes estão emergindo.
“Universalmente, uma das tarefas-chave da maternidade é fazer com que os filhos se sintam amados, aceitos e valorizados, e isso acontece independentemente do contexto cultural. Mães que são capazes de fazer isso com sucesso terão crianças mais bem ajustadas”, ela diz.
O modo específico como mães fazem isso, contudo, difere de cultura para cultura.
Nos Estados Unidos, por exemplo, uma boa mãe é reativa, Lansford diz. Ela responde à necessidade dos seus filhos, alimentando ou trocando suas fraldas quando eles choram. Em contraste, uma boa mãe no Japão é proativa, tentando antecipar as necessidades de seu bebê antes que ele chore.
“Mães japonesas tentam prevenir o choro antes que ele aconteça”, diz Lansford. “Elas diriam ‘Minha criança geralmente come a cada duas horas então é provavelmente hora de alimentá-la’.
“Quando as mães no Japão têm essa maneira mais antecipada de interagir com as crianças, elas criam uma conexão interdependente. Ao contrário dos Estados Unidos, (onde) se a mãe está esperando que a criança mostre angústia antes de responder, ela está ensinando a criança a expressar necessidades … Ela confia mais na criança para ser independente. ”
Lansford reconhece que sua pesquisa faz generalizações culturais e adverte contra conclusões radicais porque há uma variação significativa dentro dos países e culturas.
Enquanto as mães americanas tendem a expressar calor diretamente por serem fisicamente afetuosas e louvando a criança, as mães em outras partes do mundo o fazem indiretamente.
“Em Bangladesh, uma mãe descascará uma laranja ou uma maçã com muito cuidado e apresentará os pedaços à criança. A criança reconhece que a mãe está fazendo algo especial para ela e interpreta claramente a ação como uma expressão de amor: “Minha mãe me ama tanto que ela está fazendo esse esforço especial para mim”, diz Lansford.
Na Escandinávia, as mães encorajam seus filhos a serem independentes, oferecendo amplas oportunidades para tomar decisões.
Em outros países, como o Quênia, os pais esperam que os filhos sejam obedientes e complacentes. Embora em alguns casos esse comportamento esteja ligado a preocupações de segurança (“Venha para casa imediatamente!”), Lansford diz que essas culturas tendem a ser mais coletivistas, onde os desejos pessoais das crianças não são tão importantes quanto a harmonia do grupo e o bem da família como um todo.
“Não há uma maneira que seja melhor que outra”, diz ela. “São apenas maneiras diferentes de abordar as relações familiares e as diferentes formas de compreender as crianças”.
Lansford começou estudando famílias de imigrantes que trazem suas técnicas de criação de filhos para um novo país.
“Práticas parentais que são perfeitamente aceitáveis em um país podem até se tornar definidas como abusivas ou negligentes em um contexto cultural diferente”, diz ela.
Isso pode causar estresse tanto no pai quanto no filho.
É por isso que, se solicitado a tirar uma conclusão sobre diferentes técnicas parentais ao redor do mundo, Lansford diz que tudo se resume ao contexto.
“Se os pais estão tratando seus filhos de uma forma que é normativa em um contexto cultural … então isso está relacionado a melhores resultados de adaptação para as crianças”.
Fonte: Traduzido de The Star